Eu não fazia a menor ideia de onde ela havia arrancado aquela ideia louca! Nada em minha vida ordinária poderia ser mais bizarro e, ao mesmo tempo, mais excitante do que a loucura que minha esposa estava tentando me convencer a aceitar (e estava conseguindo). Vou explicar adiante:
Meu nome é Doug. Tenho 36 anos, empresário e dos bem sucedidos, modéstia deixada à parte. Sou casado com Ana Clara, Aninha, de 28 anos, com quem divido um relacionamento de longa data. Quando adolescentes, vivíamos uma relação regada a muito romantismo mas também constituído de muitas “mãos bobas” e escapulidas dos nossos vigilantes pais para transar às escondidas. Não demoraram-se muitos anos para que juntássemos as escovas de dentes e trocássemos alianças em um altar, depois de estabilizados em nossas carreiras.
Nosso amor se consolidou e formamos um casal apaixonado. Éramos também intensamente atraídos um pelo outro. Porém, como acontece naturalmente em toda relação, a labareda que ardia na adolescência foi aos poucos diminuindo com a rotina, as brigas e as pequeninas decepções que, ao longo dos anos de relacionamento, vão arrefecendo o tesão de outrora. Hoje em dia, transamos sim, uma ou duas vezes na semana.
Até que, na manhã de ontem, estávamos tomando café como de costume, antes que eu seguisse para o meu escritório. Ela, enfermeira-chefe de uma clínica conceituada na nossa cidade, nem sempre ia trabalhar nos mesmos horários que eu, já que tirava plantões em horários alternados. Havia poucos dias, decidíramos iniciar nossas tentativas de engravidar para termos o nosso primeiro filho. Ela parou de tomar a pílula anticoncepcional e começou a calcular os dias para o período fértil.
Naquele dia específico, lembro-me muito bem que Aninha estava estranha. Não no sentido negativo da palavra, mas digo que meu instinto conseguia escanear o mesmo olhar e sorriso sacanas de quando ela era minha safadinha e adolescente namorada. Daquela época em que costumava enfiar a mão dentro da minha cueca para me punhetar, enquanto nos escondíamos debaixo da escada da casa dos meus sogros. Um ar sacana e silencioso como se estivesse louca para que eu perguntasse a razão de estar sorrindo daquele jeito. Depois de alguns minutos resistindo, cedi à curiosidade:
– Tá bom, Aninha. O que foi? Eu sei que você tem algo para me dizer
– Tenho sim, rsrsrs…. mas é surpresa. Quando você chegar no seu escritório, você vai saber do que se trata.
– Opa! Como assim? Já? Uma surpresa para um futuro papai?
– Tem a ver com isso, mas não estou grávida ainda. Descobri uma novidade que acredito que deve ajudar bastante nas nossas tentativas – disse dando uma risadinha safada.
– Uau! Você é a enfermeira. Confio em você totalmente nesse aspecto. Deve conhecer todos os métodos e vitaminas que vão nos ajudar.
– Hum, também. Mas não é no sentido farmacológico que estou querendo insinuar… – disse meneando os quadris e jogando os cabelos, em uma linguagem corporal típica de sedução.
– Nossa! Gostei! Tô vendo que vamos passar um longo e gostoso período do nosso casamento, heim – provoquei.
– Na verdade, sinto muita falta de quando você era mais atencioso comigo, mais romântico e mais interessado em mim. Acho que esse lance de tentar engravidar vai ser o pretexto perfeito pra gente superar isso. Olha! Deu sua hora. Sua gravata tá torta. Dá tempo de arrumar o nó antes de sair – disse me apressando.
Despedi-me dela com um beijo gostoso na boca e segui em direção ao estacionamento do condomínio. Ainda no elevador, comecei a pensar no nosso diálogo de minutos antes. De fato, meu interesse sexual nela reduzira bastante nos últimos anos. Mas eu ainda não fazia ideia do que ela quisera dizer com “superar” essa falta de interesse.
***
Ao retornar de um dia de trabalho, encontrei Aninha sentada no sofá, com uma caneca de chá na mão. Vestia apenas um roupão de banho branco e ostentava uma toalha enrolada nos cabelos.
– Oi, amor. Senta aqui no sofá, do meu lado. Meu plantão só começa daqui a duas horas. Dá tempo de nós dois começarmos o que eu decidi que vamos fazer.
– Ah, legal! Você “decidiu”? Sozinha? – indaguei ironicamente.
– Sim, ué! Decidi. Deixa de bobeira e senta aqui logo. Olha aqui esse site.
Sentei-me ao lado dela e olhei para o notebook. Um site inusitado, com alguns anúncios de artigos eróticos mas de nome “Chastity“. Sabia que era “castidade” em Inglês, mas não entendia como um tema religioso pudesse dar nome a uma sex shop.
– Ah, entendi. Você quer ver uns brinquedinhos para dar uma apimentada, né? – Perguntei orgulhoso por achar que estava adivinhando.
– Sim, mas quero que me ajude a escolher estre esses aqui – disse, levando a mão ao mouse e clicando em um dos links.
A página que abriu tinha como título “Cintos de Castidade”
– O que é isso? Cinto de castidade? Como assim? – indaguei assustado.
– Isso mesmo. Não é daqueles medievais, enferrujados das donzelas. Esses são modelos de dispositivos modernos e seguros de castidade masculina. Eu quero que você use um desses pra mim.
– Mas… por quê? Você não quer mais sexo comigo?
– Pelo contrário, bobinho. A única coisa que esse aparelhinho faz é me proporcionar o controle sobre a frequência com que você ejacula. Você acha que eu não sei que você se alivia sozinho de vez em quando?
– Imagina, Aninha. Não faço mais essas coisas de adolescente – tentei disfarçar.
– Você mente muito mal, amor – disse firme, mas docemente – Eu só preciso que você faça isso por mim enquanto estivermos tentando engravidar. Quero te prender e te soltar no dia exato em que Clue me avisar que eu estou entrando no período fértil!
– “Clue“?
– Sim, meu aplicativo de contagem de ciclo menstrual.
– Ah, sim. Não sei… eu estou assustado com isso. Como que funciona?
– É muito simples. Eu tranco o aparelinho no seu pau e nas suas bolas e guardo a chave. Daí, você só poderá ficar de pau duro ou se tocar se eu permitir, abrindo a chave que te liberta. Basicamente isso.
Aquilo me assustava. Bastante. Mas confesso que uma ereção começava a se manifestar entre as minhas pernas. Por alguma razão que eu desconhecia, o jeitinho de simplificar algo tão bizarro com que Aninha falava estava me deixando excitado.
– Mas eu vou conseguir mijar com isso trancado em mim?
– Claro! Todos vêm com uma abertura na glande para saída da urina. Olha aqui, vamos ver esse modelo. Steel Chastity Cage. Aqui diz “Feito em aço inox de alta qualidade“. Gostei desse modelo. O que achou?
– Não faço ideia. Você quem encontrou essas coisas. Esse machuca?
– Nenhum machuca. Todos são ergonômicos e são confortáveis se estiverem no tamanho certo.
– Mas eu vou ficar com isso trancado em mim o tempo todo? Mais de um dia?
– Uh! Bem mais que um dia, né amor! Claro, vou precisar que você acumule seu esperma por vários dias até eu atingir a ovulação!
– E se doer? – insisti, querendo passar a impressão que não queria. No fundo, estava de pau duro em imaginar Aninha me controlando daquele jeito. Eu estava me odiando por aquele sentimento.
– Ei! Você é casado com a melhor enfermeira-chefe da cidade. Esqueceu? Vou cuidar de você direitinho, tá?
– Ok, mas você vai ficar sem sexo esse tempo todo também? Vamos virar celibatários?
Aninha começou a dar uma gargalhada. Depois, se recompôs e explicou:
– Ai, amor, você é tão inocente. Claro que eu não vou ficar sem sexo! Você chupa muito bem e me toca uma siririca que me enloquece. Quem vai ficar em castidade é você. Eu, por minha vez, vou querer gozar muito. E será você o responsável por me dar todo o prazer que eu precisar.
Meu pau virou uma pedra pulsante. Ela já havia percebido que eu estava excitado. Eu não tinha mais argumentos. Não havia opção a não ser aceitar. Meu silêncio foi o suficiente para que ela o interpretasse como se fosse um “sim” da minha parte:
– Ótimo. Como você está indeciso, vou decidir. É esse mesmo que vamos experimentar: o Steel. Parece bem mais seguro do que esses de plástico.
Aninha clicou no botão comprar e no campo “Cupom de desconto” usou uma sigla “CMC“
– O que é essa sigla?
– É de um blog ótimo que eu encontrei. Foi nele que eu aprendi tudo sobre esse fetiche de trancar o marido. Pronto. Chegar entre 14 a 24 dias, pois é uma compra internacional. Logo vamos poder brincar com esse joguinho gostoso. Vou adorar te dominar assim, rsrsrsrs….
– Aninha estava diferente. Nunca havia dito que gostava de dominar. Tampouco eu achava que poderia sentir tesão com isso. Na verdade, eu nem imaginava o que ainda passaria nas mãos lisinhas e quentes de minha esposa-enfermeira, depois que a chave do meu cinto de castidade viesse parar em seu poder.
Continua…